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Muita gente sonha com a planta da casa e até estilo e acabamentos antes até de ver o terreno. Mas o processo deveria ser bem outro. Que tal rever esses passos?
A escolha do terreno define o tipo de casa, e é a partir dele que se deve definir o projeto. Não fazê-lo pode ter custos extras na obra com terraplanagem, construções de muros de arrimo, grandes estruturas em balanço, drenagens de grande escala, previsão de escadas e rampas de acesso, entre outros. Custos que podem até inviabilizar a construção dentro do orçamento planejado e até dos sonhos.
O correto seria fazer uma consulta de viabilidade junto à prefeitura até antes da aquisição do terreno . Tal consulta dá os rumos e usos do terreno, indicando até o uso máximo do mesmo; afastamento de possíveis vertentes e similares ou instalações de gás natural, cabos de energia, entre outros; afastamentos (frontal, laterais, fundos); alturas máximas de fachadas ( sua e dos vizinhos, principalmente se ainda não te nada construído ainda). Bem como o tipo de uso que se possa fazer (residencial, comercial, misto, etc.), o que vai orientar melhor a sua escolha.
De posse da viabilidade e do terreno escriturado, é hora de pensar no projeto. O tipo de terreno pode ajudar a fazer as melhores escolhas. Em aclive, declive, plano, o perfil do terreno dá os melhores rumos para o desenho e deve ser o primeiro ponto a ser analisado. Corresponde ao desejado? É viável para o uso proposto? Quais as vantagens de cada um? Quais as vistas a serem privilegiadas? Qual a posição do terreno em relação ao sol?
Para isso, a melhor escolha é contratar um arquiteto ou arquiteta. E ai nova pesquisa. O estilo deles combina com o seu? Estão dentro do seu orçamento? Como cobram e o que está incluso no contrato? Tem referências sobre o trabalho dele? Estão em dia com o CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo)? Partindo dai, faça a sua escolha e comece a desenhar o seu sonho.
E ai os trâmites que você já conhece: escolha de profissionais para os chamados projetos complementares – estrutural, elétrico, hidro sanitário, etc., todos feitos por engenheiros. E, sempre que possível, orce - e construa - com construtora que tenha engenheiro em seu quadro de sócios e/ou funcionários. Obra é com engenheiro. Isso substitui o engenheiro de obra, que deve ser contratado para sua segurança.
E facilita no que se chama de gerenciamento de obra, onde todos os projetos acima citados tem que se encaixar perfeitamente, dentro do cronograma e orçamentos previamente levantados. Sem isso, obra pode ser um tiro no pé, com atrasos, retrabalhos e gastos não previstos. E os fatos mais comuns em obra: o pedreiro que não veio, o material que não chegou a tempo – ou que chegou sem a quantidade ou qualidade contratada.
As dicas estão ai, passo a passo. Prever e fugir disso separa uma obra bem feita e uma obra mal acabada - ou parada...
Joyce Diehl, arquiteta, para a Construtora Embraconi.
Imagens: 1. Obra do escritório Jobim Carlevaro, em Florianopolis; 2. Esquema de terrenos, via Pinterest.