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Joyce Diehl para a Embraconi
É sabido que o setor de construção civil no Brasil – quem sabe no mundo - ou seja, as edificações dos setores residencial, público e comercial, consomem 42% do total de energia elétrica gerada no Brasil, sendo o sistema de condicionamento térmico ambiental responsável por 59% do consumo de energia elétrica no setor residencial e 48% nos setores público e comercial. Além disso, a grande quantidade de resíduos e entulhos gerados nos canteiros de obras, além das nocivas atividades de extração de matéria-prima e elevado uso de energia elétrica representam um desafio na minimização dos impactos provocados pelas construções.
E tudo isso tem a ver não só com gastos, mas também com sustentabilidade. O conceito de sustentabilidade na construção civil significa garantir que antes, durante e após as construções, sejam feitas ações que reduzam os impactos ambientais, potencializem a viabilidade econômica e proporcionem uma boa qualidade de vida para as gerações atuais e futuras. Ou seja: do projeto à obra enquanto habitada/usada tem grande peso na “matemática” que nem sempre fecha do custo benefício em relação à sustentabilidade.
O passo certo começa no projeto. Por vezes até antes, da escolha do terreno. Adequar um ao outro já traz benefícios inimagináveis. Quanto mais o projeto se adequa ao terreno, menos movimentações de terra, menos retirada de solo fértil, menos retirada de vegetação nativa, entre outros. Depois, pelo projeto arquitetônico em si, que deve privilegiar a ventilação e iluminação naturais, a vegetação do entorno, a permeabilidade do solo, o funcionamento da casa sem necessidade de gastos extras como energia – inclusive pós-obra. E/ou prever a produção de energia própria (sistema fotovoltaico, sistema grid-tie ou on-grid, por exemplo). Até a opção por acabamentos que sejam duráveis, de fácil manutenção e , se possível, de fabricação “limpa” e/ou que não demandem grandes e demoradas operações em obra, desperdiçando material, mão de obra, tempo, etc. Indo além, a escolha por materiais e acabamentos que pontuem me termos de sustentabilidade, seja pela sua fabricação, seja pelo seu uso em obra.
Nesta lista, concreto reciclado (uso de resíduos da própria obra para substituir parcialmente — ou totalmente — os materiais de fontes naturais), tijolos ecológicos (compostos de areia, de resíduos de construção ou de areia, água e cimento e sem queima na produção), materiais biodegradáveis (sem derivados de petróleo e compostos voláteis, altamente poluentes ou tóxicos, como tintas e vernizes) e até materiais usados para isolamento termoacústica com materiais reciclados, como lã de garrafas PET, por exemplo. Ou até soluções pouco usadas, como a adição de dióxido de titânio no concreto, em revestimentos e até tintas, com características autolimpantes, filtrante (por meio de uma reação química, em contato com raios UV, o material absorve poluentes convertendo gases tóxicos em oxigênio e água - uma verdadeira fotossíntese). Podemos ainda citar telhas ecológicas (feitas de matérias reciclados e/ou de fibras),
Indo além, os telhados verdes – que vai bem além de plantas na cobertura - são já obrigatórios em alguns países, assim como o reaproveitamento das águas da chuva e reuso das aguas da própria casa. Ou escolhas bem simples - mas de grande impacto - como as torneiras e louças sanitárias com controle de vazão de água; a escolha de materiais resistentes e duráveis, recicláveis ou reciclados, entre outros; a escolha por lâmpadas LED e sistema de iluminação inteligente; o uso de tecido Greenscreen em cortinas e persianas bloqueando a irradiação e utilizando com eficiência a luz; a escolha de sistemas e eletrodomésticos mais eficientes. Ou ainda a preocupação com um paisagismo que contribua bem além da beleza. Como se vê as possibilidades são muitas.
Enquanto construtora, nossos cuidados continuam uma constante preocupação, desde a gestão de projetos, o uso de softwares para minimizar gastos, o canteiro de obras organizado, a separação de resíduos e posterior envio para reutilizadores ou descarte responsável, a compra responsável – que vem de planejamento bem feito - para que nada falte nem sobre e chegue na hora certa na obra. Além do constante treinamento da equipe e a escolha de prestadores de serviço especializados. Isso evita desperdícios, retrabalhos, atrasos de toda ordem. É a Embraconi sempre a procura de melhorar seus processos. Todos têm a ganhar.
Embraconi. Engenharia com excelência desde 2010.
Joyce Diehl, arquiteta, para a Embraconi