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Em dias mais frios – ou para fugir da conta de energia elevada, muita gente tem escolhido o aquecimento a gás para os casas e condomínios. É uma boa escolha, mas pede cuidado redobrado. Muitas são as notícias trágicas em volta destes sistemas de aquecimento nos últimos tempos, que poderiam ser facilmente prevenidos.
Os aparelhos seguem certas condições de segurança ligadas à correta instalação e operação/uso, atendendo a requisitos determinados nos manuais de instalação dos respectivos fabricantes. Todos esses requisitos estão reunidos em norma técnica da ABNT, a NBR 13103:2006 de “Adequação de ambientes residenciais para utilização de aparelhos que utilizam gás combustível”, cuja linguagem pode não ser acessível à maioria das pessoas sem formação técnica. Todos os equipamentos residenciais que utilizam gás combustível canalizado, seja ele o gás natural (GN) ou o gás liquefeito de petróleo (GLP) e, em algumas localidades o gás manufaturado (GM), principalmente fornos, fogões, churrasqueiras, lareiras, calefadores de ambiente e aquecedores de água a gás, obtêm calor a partir de sua queima – que por sua vez libera gases tóxicos. E a preocupação de instalação e funcionamento total, bem como de seguir as regras essenciais são imprescindíveis para a boa utilização de todos.
Como o assunto envolve conhecimentos técnicos, nem sempre o morador está devidamente informado dos riscos que pode estar correndo dentro de sua própria casa. Se você já tem esses equipamentos em casa, é aconselhado promover uma inspeção nos equipamentos existentes - aquecedor em si, tipo e pressão do gás, cor e continuidade da chama, duto de saída ( item que tende a estragar mais rápido) - no menor tempo possível e, muito importante, nas condições de ventilação dos ambientes em que estão alojados, pois a combustão acontece com a presença de oxigênio, liberando o tal de “monóxido de carbono” – e você fica sem ar, e rapidamente. Se a queima for "completa" ou "higiênica", serão liberados dióxido de carbono e vapor d'água, que não são tóxicos, mas têm de ser direcionados para o exterior da edificação por meio de dutos de exaustão. Problemas de conservação ou falta eventual de oxigenação podem fazer com que a queima seja incompleta. Nesse caso, sobra também monóxido de carbono, um gás altamente tóxico sem cheiro, gosto ou cor e que pode levar à morte. Os primeiros sintomas vão desde mal estar geral ( falta de ar, fraqueza, confusão mental, e outros sinais de intoxicação) até o desmaio. Tudo por falta de oxigênio suficiente para dissolver o gás resultante da combustão. Normalmente, em dias mais frios, queremos água mais quente e janelas todas fechadas. E é ai que o perigo mora. A intoxicação acontece porque o monóxido de carbono se liga de forma irreversível à hemoglobina de nosso corpo, responsável por transportar o oxigênio às células do organismo. "Se a pessoa inalar muito, surge um composto chamado Carboxyhemoglobina, que pode causar a morte por envenenamento ao impedir que as cédulas recebam oxigênio", diz Alvaro Pulchinelli Junior, toxicologista da Escola Paulista de Medicina e do IBTox (Instituto Brasileiro de Toxicologia).
Se você ainda não tem, o primeiro cuidado é com escolha do equipamento. Traduzindo: marca conhecida, garantias e, principalmente, serviço de instalação. Em hipótese alguma repasse esse serviço para alguém não especializado – e isso inclui fazer por conta. O ideal é que a instalação seja feitas pela própria empresa / fornecedor da marca do aquecedor para não perder as garantias e para não ficar aquele jogo de culpas, caso o funcionamento não fique a contento. Um engenheiro de obra também pode auxiliar na inspeção do material e da instalação. O pedido de aprovação por bombeiros pode e deve ser pedido nestes casos. Em condomínios a aprovação deles se faz obrigatória. Preocupado com tempo, com custos? Estamos falando de vidas. E, vale lembrar: nunca autorize crianças ou adultos não habilitados ( idosos, empregados, faxineiros, porteiro de prédio, etc.) a mexer no aquecedor e nem o uso do mesmo se estiverem sozinhos. Se for condomínio, chame imediatamente o síndico ou quem de direito para tomar as devidas providências. Tenha sempre à mão um número de emergência, seja sobre o aparelho e instalação, seja no caso de vazamento constatado. Abra todas as janelas e saia do local o mais rápido possível.
Veja texto base em https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2019/07/16/instalacao-adequada-e-manutencao-podem-evitar-problemas-com-aquecedor-a-gas.htm
Joyce Diehl, arquiteta, para a Construtora Embraconi