01/04/21

Não conhecer bem o terreno pode inviabilizar o seu sonho

Muito já falamos aqui em adequar o projeto ao terreno. Mas como fazer isso de forma correta?

Joyce Diehl, arquiteta

Levantamento planialtimétrico, já ouviu falar? Se está pensando em construir, essa matéria é de extrema importância – tanto que pode inviabilizara sua obra. Faz o desenho de seu terreno (ondulações, níveis) e as medidas corretas (nem sempre fecham com o que está na documentação). Em resumo:  o levantamento planialtimétrico - mais comumente conhecido como topográfico -  é a medição do perímetro do lote e o levantamento das diferentes alturas, ou melhor os níveis encontrados nos terrenos.

Porque é tão importante? Por vezes, olhamos um terreno e ele nos parece plano. Mas basta um desnível e o projeto precisará ser modificado. Ou, em casos mais graves, necessita de um muro de contenção (o nome já diz, “ ação ou efeito de conter, de controlar ou de reprimir, no caso, terras vizinhas) que, em muitos casos, interfere brutalmente no custo da obra. Ou seja: interfere diretamente na viabilização e planejamento de obras.

Como se vê trata-se de um serviço primordial, de valor quase imperceptível no orçamento global de uma obra. E até antes disso, de um projeto. Mostra aclives, declives, imperfeições do terreno, direcionando o projeto bem pensado. E vai além: traz quantitativos de corte ou aterro, custo de movimentação de terra, cálculo e simulação de projeto antes de ir ao campo, medições exatas do local. É uma forma de começar a obra com o pé direito. E de um projeto, se pensarmos bem.

Outros elementos de suma importância que são inclusos no levantamento planialtimétrico:

• Posicionamento e circunferência de árvores existentes no lote ou no passeio;
• Delimitação de áreas de bosques de preservação permanente;
• Posicionamento de córregos e faixas de drenagem ou tubulação existentes no lote;
• Posicionamento de bocas de lobos, poços de visitas, postes de iluminação públicas, largura das calçadas e quaisquer outros elementos que interfiram nos acessos que estejam nessa calçada pública;
• Posição do Norte – que direciona o projeto levando em consideração a insolação do terreno (posicionamento do sol). Ajuda nas definições dos ambientes internos para que haja o bom aproveitamento do sol, como em quartos e piscinas, por exemplo;
• Demarcação correta de cercas e muros;
• Realização dos cálculos de volume de corte e aterro;

Ou seja: é o fim dos achismos – que podem facilitar a obra, retirando ou prevenir de gastos que nada tem a ver com sua estética ou funcionalidade. E não falamos por pouco: muitos muros de contenção custam tão caro que inviabilizam uma obra financeiramente. Podem fazer você desistir de vez – de um projeto ou até de um terreno. Pense nisso.

 

Joyce Diehl, arquiteta, para a Embraconi.