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Com esse tempo passado em casa por conta do isolamento social, muita coisa se pode notar que poderia ser melhor. Não só de bem estar, mas se economia de energia e, de quebra, saúde, bem estar e até sustentabilidade. Coisas que a arquitetura dos espaços e o bom planejamento no projeto de dados como ventilação e iluminação naturais, bem como o uso de materiais inteligentes. Ou seria melhor chamar de casa saudável?
Insolação é um fator - e dos mais importantes. Fazer a implantação da casa aproveitando a boa posição em relação ao sol, aproveitando os bons raios que iluminam e aquecem na medida certa, protegendo dos outros que incidem com mais força, aquecendo demais e algumas vezes até atrapalhando a convivências, o uso dos espaços, ou o uso exagerado de refrigeração para conter os excessos. O sol da tarde, como costumamos chamar, pode ser muito bom no inverno, mas incomodar muito no verão. Mas pode ser excelente em áreas de serviço, por exemplo. E ninguém nega que o sol da manhã é sempre benéfico e excelente – quando não imprescindível - nos quartos, por exemplo, prevenindo contra umidade excessiva em paredes e armários, e os abomináveis mofos. Ou até aproveitar e colocar os travesseiros no sol. Tem coisa mais saudável? Claro que, sem saída, podemos apelar para detalhes de fachada que interfiram e regulem isso, como as esquadrias de alta performance, vidros duplos e/ou com filtros, venezianas e até brises, varandas, beirais mais longos ou outros detalhes na fachada.
E se pesarmos em termos de iluminação, a natural, vinda diretamente do sol através de aberturas com ou sem vidro, se bem estudada e bem proposta, melhora a percepção do uso da casa, diminui a dependência de iluminação artificial, que por sua vez economiza em instalações e luminárias - e em gasto de energia. E se pensarmos além e propormos a tal energia limpa, tanto para iluminação quanto para o aquecimento de água natural, quem sabe produzindo até teremos ainda mais economia?
Ventilação cruzada é outro exemplo. Como o nome diz, é permitir que os bons ventos passem pela casa, refrescando na medida do possível e facilitando a ventilação – e o uso racional de refrigeração forçada. É pensar a casa desde o seu projeto para que se use bem o que a natureza tem para nos dar em termos de ventos: cortar os fortes e não benéficos, e utilizar bem os ventos amigáveis a seu favor. A conta de energia agradece. A saúde também.
Isso sem esquecer os detalhes da obra - pés direitos mais altos facilitam o frescor, assim como as paredes duplas. E os materiais escolhidos - o acabamento usado, a cor de tinta escolhida para fachada e ambientes internos, o uso de tijolos maciços, da madeira ou bambu ao invés de acabamentos metálicos. É saúde e conforto sem gastos extras.
Joyce Diehl, arquiteta, para a Construtora Embraconi.
Imagem: Residência EH, projeto do escritório Ruschel Arquitetura e Urbanismo, em Florianopolis, SC.