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NOTÍCIAS

07/02/22

A boa construção vai bem além da escolha de mão de obra!

Quando se trabalha com a realização de sonhos de alto valor material – como o de uma casa – todo cuidado é pouco. Afinal, por vezes estão ali as economias de uma vida. Além de ser, de longe, o melhor investimento   - e não só em termos materiais. Em tempos de pandemia muitos sentiram a necessidade de terem mais espaço, mais conforto e, porque não dizer, mais segurança.

As boas escolhas para realizar esse sonho começam, sim, por um bom terreno (já falamos por aqui da importância dessa escolha ser bem pensada, do quanto um terreno define uma casa mais cara ou menos cara – como os gastos com muros de arrimo, por exemplo). Seguida de um bom projeto, o que pede a escolha de um bom escritório, o que faz muita diferença no custo final de uma obra.  E, tema de hoje, da escolha assertiva de quem irá construir esse sonho, indiscutivelmente a parte mais cara desse processo. E que pode garantir – ou não – a longevidade da construção e, porque não dizer, o grau de desgaste do contratante.  

Construir um imóvel é uma das atividades mais difíceis e mais detalhistas que se possa conhecer.   É um trabalho árduo e diário que pode levar muito mais tempo que o esperado se não for bem planejado. Mexe direto com o bolso de quem contrata. E com a qualidade final de uma obra. Um processo meticuloso que começa com a compatibilidade entre os projetos (sim, são muitos, não só o arquitetônico) para que todos “dialoguem” da melhor forma possível, prevenindo incompatibilidades, atrasos e retrabalhos.  E na própria análise do arquitetônico, revelando processos mais complicados e/ou dispendiosos -  e do como podem ser substituídos,  sem prejuízos estéticos,  com escolhas técnicas. Atende, ainda, ao cronograma da obra, o planejamento correto (gastos certos na hora certa), o controle da obra e de cada processo dentro dela, a compra, recebimento e armazenamento corretos de materiais (e os valores diferenciados de mercado para quem compra muito), contratos minuciosos com fornecedores, notas fiscais e garantias de produtos e serviços, detalhes da construção, o gerenciamento de pessoal ( a parte mais complicada, sem dúvida) , os prazos, o controle financeiro, enfim: tantos fatores fundamentais para que a obra seja concluída no cronograma estimado e dentro do gasto esperado.

Entretanto, sem profissionalismo pode se tornar uma grande dor de cabeça para quem pretende construir quando terceirizam o complexo gerenciamento de uma obra para um profissional de confiança, uma equipe conhecida, geralmente indicada por outros, de forma informal ou não.  Na verdade, alguns mestres de obras possuem, de fato, conhecimento muito avançado sobre uma construção e podem (e devem) estar no controle de um canteiro de obras. Mas não tem preparo para gerenciar o todo que é uma construção. A própria informalidade pode atrapalhar um processo extremamente detalhista, atrasando processos e trazendo gastos - de tempo e de dinheiro - desnecessários.

Um bom exemplo são os processos trabalhistas e/ou de afastamentos por questões de saúde (os tempos de Covid que o digam) – isso quando não são acidentes na própria obra. Ou a administração de uma obra dentro das normas de segurança, dos encargos e leis trabalhistas (CLT), das normas de segurança, os descartes de resíduos dentro da Política Nacional de Resíduos Sólidos,  os processos burocráticos em relação a prefeitura e /ou autarquias, entre tantos outros dentro do universo amplo de burocracias que regem a construção civil no Brasil. Além da falta de um engenheiro diariamente na obra decidindo processos mais complexos junto com o mestre de obras, gerenciando atrasos ou adiantamento de compras de materiais ou serviços, entre outros.

Como se vê, a importância de quem vai construir vai bem além do canteiro de obra e da finalização profissional do projeto. Mostram a importância de liderança, gerenciamento, organização, qualidade e segurança. Traz à tona temas como garantias, qualidade, prazos, gastos, metas. Uma lista quase inesgotável de pontos que fazem a diferença entre sua obra ser uma dor de cabeça ou não, problema ou solução. E que, volta e meia, são temas de nossas pautas.

Joyce Diehl, arquiteta, para a Embraconi.